Regressa hoje ao calendário, o Rallye de Portugal. Seis anos depois da última edição a contar para o Mundial, aquele que recebeu por 5 vezes o titulo de “Melhor Rallye do Mundo”, nada tem a ver com o passado.
Nestes seis anos os rallyes mudaram muito. Não desfazendo nos pilotos actuais (a comparação entre pilotos de diferentes épocas é sempre injusta), a evolução registada seguiu no sentido do facilitismo para organizações e pilotos.
Talvez por isso, quando os pronuncio, os nomes actuais não saem com a mesma “força” do que quando falo de Rohrl, Mikkola, Alen, Salonen, Toivonen, Vatanen, Kankkunen, Sainz, Blonqvist ou Biasion.
Não se trata apenas da evolução tecnológica, dos controlos de tracção, ESPs ou direcções assistidas, nem mesmo das limitações de potência (imaginem controlar “monstros” com mais de 600cv sem as “mordomias” dos carros actuais!).
Os próprios rallyes, hoje, são disputados em meia-dúzia de classificativas base com menos de 20Kms, repetidas duas ou três vezes, concentradas num espaço geográfico reduzido, durante dois dias. Os pilotos acordam tarde e deitam-se cedo!
Naquele que foi o “Melhor Rallye do Mundo”, saía-se de Sintra na quarta-feira de manhã(zinha), depois das verificações técnicas, na terça-feira, no Autódromo de Estoril. Seguía-se por Montejunto, Figueiró dos Vinhos, Figueira da Foz até à Povoa do Varzim, onde os primeiros chegavam lá para a uma da manhã!
A segunda etapa era a mais “soft”. Começava e terminava na Povoa do Varzim, com passagem pelo famoso salto de Fafe-Lameirinha.
Na sexta-feira iniciava-se o regresso, com a descida até Viseu e onde se começava a definir quem era quem. Mas o pior estava para vir... na Catedral do Rallye!
S. Gião, Piodão e Arganil, em dupla passagem a começar às.. 5 da manhã (!!!) depois de três dias alucinantes!
Era Arganil, com os seus 50 Kms que definia o rallye. Depois de passar este autentico Cabo das Tormentas, respirava-se de alivio. Depois disto, tudo o resto era quase como que cumprir calendário... até Coruche!
No Domingo havia a festa no autodromo, com a entrega de prémios e o slalom!
Eram 42 longas Provas Especias de Classificação, disputadas em 4 alucinantes dias. Muito diferente do que é hoje!
Portugal regressa hoje a um lugar que é seu por direito próprio e de onde só saíu por questões politicas.
Ficam as Boas-Vindas ao Mundial de Rallyes e os votos que por cá passe por muitos e bons anos!